Tiraram de mim o direito à anonimidade.
Telefones, internet, celulares, emails, tudo com endereço, só falta o nome completo e a cor da calcinha.
Em cidades como São Paulo, vizinhos podem ainda espiar as câmeras de segurança do prédio, e visualizar, sem pudor, do sofá de casa na tela de suas TVs, a vida alheia passear pelo elevador, academia e salão de festas.
Decidida a romper com padrões, e continuar escondida em meu pequeno mundo, acho que vou passar a andar com pernas de pau e uma peruca loura, subverter a ordem e começar a criar uma identidade falsa.
Me perder de todos, a ponto de me perder de mim.
Quero ver alguém me reconhecer!
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