quinta-feira

Dualidade

- Tá vou esquecer, disse ela.
- Tem certeza que vc consegue?
- Claro! Quem é esse cara afinal? Apenas imaginação da minha cabeça.
- Sei não, vc parecia tão mexida, tão envolvida...
- Pois é, foi um sonho assustador mesmo, até pela sua grandeza. Mas acabou.
- Ok, se precisar de alguma coisa, se ficar triste, essas coisas... não deixe de me chamar. Estou do seu lado.
- Ok pode deixar. Mas fique tranquila, já acordei. O sonho acabou, não era isso que dizia John Lennon.
- Herr... é acho que ele dizia que não acabou...
- Ahh...

Após um silêncio que pareceu interminável ela disse:
- Pode ir dormir mãe, sei que Bicho-papão é coisa da minha cabeça. Vou dormir bem.
- Tá filha, sonhe com os anjos!
- Boa noite mãe.


(Final alternativo)

Ela não falou, não falaria nunca mas tinha certeza, ele voltaria a atacar e ela novamente gritaria. Não de pavor, como fazia desavergonhadamente a família acreditar, mas de prazer, desses que só sonho bom pode nos dar.

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