Já é tarde
Noite vai longe
Escuto o vento
Gritar seu caminho
Entre o concreto da cidade
Madrugada chega
Com o dia a raiar
Logo a velhinha levará seu cão
Para o matinal caminhar
E as ruas se encherão
De apressados
Super estressados
Passa o dia
Volta a noite
E a cidade só muda
Aos domingos
Neste dia
“de alegria”
Tudo morre
E cala
No dia do descanso
Todos cansam
Em frente à televisão
Ao som de Faustão
Passam dias,
Semanas, anos
Nesse ritmo
O gordo berra
E as pessoas escutam
O cego grita
E ninguém ouve
Quando um morre
Em sua sozinhez
Descobre
Que o tempo
Voa, corre
E a vida
Foi sugada
contaminada
Em uma enorme
e usurpadora
Rotina
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