quinta-feira

Carta ao amigo distante

Descrever o tempo é algo que só a menção da palavra passado pode ousar
Transformar em palavras escritas o não dito, o riso, a lágrima e toda emoção que nos faz amadurecer
Trazer para outro ponto de vista a amargura da consciência e a leveza da ignorância
Entender claramente que o vôo da borboleta no estômago é necessário pelo menos uma vez nessa vida
Ou várias, e tantas que esse momento seja único em uma multidão
Iluminando o caminho, como a certeza cigana no destino
Descobrir um a um os medos e encará-los com um olhar vagabundo porém cheio de intensão
Buscar na lembrança distante o apoio
O reconhecimento dos fatos passado, vividos, alegres
E perceber como somos e fomos tolos e bobos
Bobos e intensos
Intensos e omissos
Nessa realidade ilusória da memória
A história ganha cores e lances de sorte
Estes tantos que visualizamos ou imaginamos ao sentar junto a uma antiga caixa de fotografias
Envelhecidas e cinzentas como um céu de inverno
Invadindo de verão uma existência que insiste em peguntar, achar e saber
Ao invés de simplesmente
Viver

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